
Laboratório de Exames e Diagnósticos
Telefone
(31) 3891-2551
(31) 99125-6052
Endereço
Av. Joaquim Lopes de Faria, 1101
Santo Antonio, Viçosa, MG. CEP: 36576-001
Horário de Funcionamento
Seg. a Sex.: 07:30 a 17:30
Sáb: 07:30 a 11:30

Prevalência de isolamento bacteriano e perfil de resistência a antimicrobianos em casos suspeitos de mastite bovina
G.P. PAES¹, J.V.P.B. BAETA¹, M. A. FECKINGHAUS¹, L. F. SANTOS¹, D. L. SANTOS¹ E J.L. SANTOS¹
.
¹MICROVET - Microbiologia Veterinária Especial,Viçosa, Minas Gerais - BR.
*Autor para correspondência: lucas@microvet. com.br
â
Introduçãoâ
A mastite é uma das doenças mais comuns em rebanhos leiteiros, afetando a produção, a saúde e o bem estar animal, sendo responsável por grandes perdas na cadeia produtiva no Brasil e no mundo. A mastite é uma doença multifatorial, sua incidência depende de patógenos, mecanismos de defesa do animal e da presença de fatores ambientais (Bradley, 2002). A doença se caracteriza por ter alta complexidade, onde dados da literatura mostram que mais de 140 microrganismos estão associados à etiologia da doença, indicando que as bactérias associadas à mastite mais comuns incluem Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Escherichia coli e Streptococcus uberis (TomaniÄ et al., 2023). O principal tratamento para a mastite se baseia no uso de antibióticos, no entanto, estudos demonstram que há uma tendência de aumento na incidência de bactérias resistentes e multirresistentes, que vem reduzindo o sucesso do tratamento e se tornando um problema de saúde global (TomaniÄ et al., 2023). Diante deste cenário, esse estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de isolamento de microrganismos de casos suspeitos de mastite bovina e avaliar o perfil de resistência a antimicrobianos mais comumente utilizados para o tratamento da doença.
Material e métodosâ
O estudo utilizou uma amostragem de 8670 cepas bacterianas isoladas de amostras de leite, coletadas de casos suspeitos de mastite bovina durante o período de janeiro de 2020 a junho de 2023 e recebidos pelo Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Microvet. Os isolados originaram-se de 4 estados brasileiros (ES, MG, PR, RS). Após a obtenção da cultura pura, os microrganismos foram identificados por testes bioquímicos e também analisados no espectrofotômetro de massa MALDI-TOF para confirmação da classificação das cepas bacterianas. Todas as amostras foram submetidas a avaliação do perfil de resistência antimicrobiana pelo método de difusão em placas de ágar Mueller Hinton conforme descrito por Bauer et al. (1966).
Resultados e discussão
Um total de 50 espécies de bactérias foram identificadas, sendo 51,2% do total de amostras representadas pelos gêneros Streptococcus (24,5%), Staphylococcus (9,4%) e Escherichia (17,4%). Os resultados demonstraram isolamento predominante de 5 espécies bacterianas, que somadas representaram 4440 isolamentos, sendo Escherichia coli (1507), Staphylococcus aureus (812), Streptococcus agalactiae (886), Streptococcus dysgalactiae (308) e Streptococcus uberis (927) (Tabela 1).
A tetraciclina teve uma maior porcentagem de amostras que apresentaram resistência bacteriana (19,9%) dentre os demais antibióticos testados, ainda assim a maioria das amostras testadas foram resistentes a ampicilina (17,1%), enrofloxacina (16,7%), neomicina (16,5%) e ceftiofur (15,6%). Foi observada uma tendência de aumento no perfil de resistência aos antimicrobianos analisados, na qual E.coli apresentou aumento no índice de resistência para ampicilina, neomicina, ceftiofur, doxiciclina, lincomicina, florfenicol, tilmicosina e marbofloxacina. Para S. aureus observou-se aumento de resistência para enrofloxacina, neomicina, doxiciclina e florfenicol e para S. agalactiae e S. uberis observou-se aumento nos perfis de resistência para tetraciclina, ampicilina, enrofloxacina, ceftiofur, ciprofloxacina, sulfa/trimetoprim, penicilina, norfloxacino e florfenicol (Figura 1).âââ
â
Referências
-
Bauer, A. W., W. M. M. Kirby, J. C. Sherris and M. Turck. 1966. Antibiotic susceptibility testing by a standardized single disk method. Am. J. Clin. Pathol. 36:493-496.
-
Bradley, A. J. 2002. Bovine mastitis: an evolving disease. Vet J. 164(2):116-128. https://doi.org/10.1053/tvjl.2002.0724
-
TomaniÄ, D., M. SamardĆŸija and Z. KovaÄeviÄ. 2023. Alternatives to Antimicrobial Treatment in Bovine Mastitis Therapy: A Review. Antibiotics. 12(4): 683. https://doi.org/10.3390/antibiotics12040683
ââââ
ââ
ââ
ââ
â
â
â
â
â
â
Tabela 1 - Tabela 1- Principais espécies isoladas em casos suspeitos de mastite por ano.
Figura 1 - Tendência de aumento no perfil de resistência a antibióticos no período de janeiro de 2020 a junho de 2023.














